Encontro reúne 25 espaços culturais independentes da América Latina na Casa da Ribeira
Desenhos, desejos, instalações e olhos atentos para transformar. Isso não é poesia, e sim, um resumo da manhã do primeiro dia do Encontro de Espaços Independentes de Cultura em todo o Brasil e da América Latina. Com palavras e sonhos, a abertura do Encontro reuniu as expectativas dos 25 participantes através de diferentes maneiras de expressões transcritas em cartazes com giz de cera e esperança.
O encontro, inédito, que acontece até a próxima quarta-feira (01) na Casa da Ribeira é reflexo do amadurecimento dos gestores da Casa numa busca de construir e implementar uma rede social entre instituições de cultura com perfil independente. “Existem tantos trabalhos importantes e isolados no Brasil que o Encontro é uma forma de dialogar e buscar desembaçar a vista para repensar que independência é essa que temos.”, dispara Henrique Fontes, diretor da Casa da Ribeira.
No primeiro momento do encontro, cada representante apresentou sua realidade e o que espera dos próximos dias. Na visão de Francisco Paulo Pelúcio representante do Espaço Galpão Cine Horto – MG, o Encontro é fundamental para pensar a criação e o funcionamento dos espaços ditos independentes. “Ao mesmo tempo em que a gente pensa em criar independências, pode outros tipos de dependências e sair desse isolamento.
Às vezes tentamos criar a roda sozinho e o colega do lado já criou faz tempo”, disse.
Nas palavras do representante da Funarte, Jorge Clésio, “é um marco na existência e na sobrevivência da cultura a abertura de um diálogo entre os espaços desta maneira. E isso muda a realidade, muda a nossa esperança”, ressaltou. Entre todas as palavras ditas nas expectativas, a palavra rede foi a mais forte. Como colocou a representando do Ministério da Cultura (NE) Tarciana Portela, “de rede em rede a gente se balança”. Para deixar clara a importância de diálogos como este que o Encontro proporcionará. “Precisamos pensar juntos o que nós podemos fazer. Estamos vivos, quicando, atentos. O que não podemos ser é moeda de troca”.
Luiz Melo, ator e criador do espaço Campo das Artes – PR, sentiu a necessidade de criar um espaço dentro de sua cidade natal, Curitiba, na tentativa de recuperar e preencher o vazio que sentia com a falta de uma força cultural na cidade. “Falta público para todas as linguagens artísticas. Às vezes penso que as pessoas têm um pouco de preconceito de consumir a cultura local. Isso é uma preocupação geral. E estamos tentando mudar essa realidade. Por isso, estou encantado em ouvir todas as pessoas. Pois estamos num mesmo barco e é fundamental a criação desta rede e a troca de idéias para fortalecer nosso trabalho, nossos sonhos”, disse.
O encontro continua até a próxima quarta-feira (01), quando o resultado será a construção de um documento para ser distribuído em todas as esferas que têm relação direta com as ditas instituições que produzem arte independente.
Crédito de Foto: Jomar Dantas
I Encontro de Espaços Culturais Independentes – EEI
Encontro reúne principais Espaços Culturais Independentes do Brasil e da América Latina, na Casa da Ribeira, em Natal, com apoio da FUNARTE
Interromper o cotidiano e provocar um momento de reflexão na prática de 25 Espaços Independentes que pensam e fazem cultura em todo o Brasil e na América Latina. Estes são verbos e ações que movem o I Encontro de Espaços Culturais Independentes – EEI – que acontece do dia 29 de novembro até 1º de dezembro, na Casa da Ribeira, em Natal.

Dinâmicas e conversas para identificar o trabalho realizado nesses espaços independentes. Imagem: Divulgação
O encontro, inédito, é reflexo do amadurecimento dos gestores da Casa da Ribeira em diálogo com a Fundação Nacional de Artes (Funarte), através de Tarciana Portella e Jorge Clésio, numa busca de construir e implementar uma rede social entre instituições de cultura com perfil independente. “O desejo de reunir todas essas pessoas foi movido pelo sentimento de isolamento que temos enquanto espaços independentes. Existem tantos trabalhos importantes e isolados no Brasil que o Encontro é uma forma de dialogar e buscar desembaçar a vista para repensar a independência. Será que somos mesmo independentes já que dependemos tanto de editais e leis de incentivo? Queremos trazer as instituições para pensar conosco”, dispara Henrique Fontes, diretor da Casa da Ribeira.

Tarciana Portella, chefe da Regional Nordeste do MinC, participou do encontro. Imagem: Divulgação
O diálogo tem como foco facilitar a construção de uma política pública e de circulação, visto que as Organizações movimentam outras instituições, além das comunidades no entorno de suas cidades e algumas delas têm reflexo fora do país, como é o caso do Grupo de Teatro Galpão de Minas Gerais. Entre os nomes estão espaços como Armazém 14 (PE), Atelier Subterrânea (RS), Campo das Artes (PR), Centro Cultural Piollin (PB), Fundação Brasileira de Teatro (DF), Fundação Brasileira de Teatro (DF), Espaço Crear Vale La Pena (Buenos Aires), entre outros. Do Rio Grande do Norte participam o Instituto Ludovicus, O Centro Cultural DoSol e o Conexão Felipe Camarão. Neste primeiro encontro foram convidados representantes de espaços que, através de suas ações, vêm desenvolvendo boas alternativas de fruição, acesso e continuidade das ações culturais em suas localidades.
Saiba mais sobre o Encontro de Espaços Culturais Independentes: www.eeiencontro.wordpress.com.
Espaços/instituições e seus representantes:
FUNARTE/ MINC – NE Jorge Clésio, Tarciana Portela, Armazém 14, PE / Paula de Renor; Atelier Subterrânea, RS /Lilian Maus Junqueira; Campo das Artes, PR/ Luiz Alberto Melo; Casa da Arte de Educar, RJ/ Sueli de Lima Moreira; Casa Rua da Cultura, SE/ Lindemberg Monteiro da Silva; Centro Cultural DoSol, RN / Anderson Foca; Centro Cultural Piollin, PB/Ana Luisa dos Santos Camino; Conexão Felipe Camarão, RN/ Vera Santana; Fundação Brasileira de Teatro, DF /Francis Wilker de Carvalho; Fundação Casa Grande Memorial do Homem Kariri, CE / Francisco Alemberg de Souza Lima; Galpão Cine Horto, MG/ Francisco Paulo Pelúcio; Galpão das Artes, PE/ Fábio André de Andrade Silva; Instituto Ludovicus, RN/ Daliana Cascudo; Espaço Alpendre, CE /Francisco das Chagas Miranda Alves; Espaço Capacete, RJ / Helmut Batista; Espaço Crear Vale La Pena, Buenos Aires, AR/ Maria Florencia Rivieri; Espaço Cubo – Fora do Eixo, GO/ Felipe Altenfelder Silva; Espaço Muda, PE / Paulina Albuquerque; Espaço Mundo, PB/ Rayan Lins Cordeiro; Espaço O Barco, SP/ Gabriel Bezerra Pinheiro de Souza; Espaço Trilhos do Teatro, PI / Francisco Antônio Vieira(Pelle); Teatro Cuíra, PA /Wladilene de Souza Lima e Teatro Vila Velha, BA/ Vinicio de Oliveira.
Texto: Michelle Ferret / Casa da Ribeira
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